C5 Tourer um carro cheio de surpresas.


O C5 Tourer pode provar que pode chegar com tudo para brigar com as linhas alemãs confira.



O motor 2.2 HDI de 173 cv era até há data uma das referência da marca neste segmento, mas os números de vendas reduzidos aliados a uma preço mais elevado face a outras propostas que conseguiam com um motor de dois litros atingir níveis de potência semelhantes, levaram os engenheiros franceses a ponderarem uma solução de recurso. Por outro lado, o motor 2.0 HDI de 138 cv também se mostrou incapaz de lutar de igual para igual com propostas semelhantes, ainda que se tenha revelado desde sempre muito esforçado, principalmente no capítulo consumos e insonorização, mas os 1700 kg desta C5 Tourer dificultaram-lhe a tarefa. Era necessário agir e o resultado está à vista: motor 2.0 HDI de 163 cv, “obtidos” à custa de alguns acertos na reprogramação de toda a gestão do bloco 2.0 HDI, de uma nova cabeça de motor e de um sistema de injecção melhorado.


A facilidade de condução a baixos regimes faz de imediato esquecer os 1730 kg de peso do conjunto. Parece tornar a carrinha mais leve, pois é evidente o ânimo e vigor com que “galga” o conta-rotações logo acima das 1700 rpm, mantendo-se em linha ascendente até muito perto das 4000 rpm. Este HDI é suave, linear e muito bem insonorizado, reforçando tudo o que já se disse sobre a vida a bordo nesta carrinha C5: conforto, bem-estar e silêncio.

Se compararmos alguns valores de medições referentes aos três motores, é fácil perceber que este 2.0 HDI perde pouco face ao 2.2 HDI. Na aceleração dos 0 aos 100 km/h, por exemplo, o 2.2 HDI precisa de 9,4 segundos para cumprir esta distância, enquanto o novo HDI necessita apenas de mais 0,2 segundos, um valor irrisório – e possível de ser melhorado já que fomos obrigados a aferir as prestações em piso molhado, o que coloca naturais dificuldades de tracção no arranque.

Já no HDI de 138 cv o número sobe aos 11 segundos. Nas recuperações as diferenças também não são acentuadas. Nos 40-100 km/h em quarta, a versão de 163 cv precisa de mais 2 segundos que a de 173 cv, enquanto no menos potente a diferença chega aos 1,1 segundos. Nos consumos, as médias ponderadas são de 6,6 litros para o motor de 138 cv, 7,3 litros para o novo motor de 163 cv e 7,7 litros para o mais potente e mais caro 2.2 HDI. Tudo somado, conclui-se que este novo 2.0 HDI marca o equilíbrio entre os outros dois motores, sendo, de facto, o seu melhor substituto.

De volta à carrinha C5, a unidade ensaiada está equipada com a suspensão Hydractiva III, uma suspensão hidropneumática de controlo electrónico com os três modos de funcionamento: auto; confort; sport. A sensação de que avançamos a alguns centímetros do chão só é quebrada por uma ou outra irregularidade que possa surgir.

Mesmo com as belíssimas jantes de 19 polegadas (opcionais por 754 euros), o conforto não sai beliscado, notando-se com maior intensidade as lombas mais salientes. Com o modo Sport da suspensão accionado volta a não se sentir em demasia os pisos degradados, mas nota-se um menor rolamento da carroçaria e um pisar um pouco mais firme. Ainda assim, com maior disponibilidade de potência e binário, a relação homem-máquina continua a não ser perfeita nesta C5 Tourer, muito por culpa da direcção demasiado artificial.

De destacar também a presença de série do controlo de tracção inteligente “Snow Motion”. Trata-se de um sistema que reforça a motricidade em condições de aderência difíceis como chuva, neve ou gelo. O sistema recria electronicamente um diferencial autoblocante e permite à carrinha C5 enfrentar pisos mais complicados – não é um 4x4 mas vai muito mais além de um 4x2. De fato, se em piso seco a C5 não é a mais desportiva das carrinhas do segmento, quando o asfalto está molhado destaca-se por ser uma das mais seguras e eficazes. 

Em tudo o resto, a C5 Tourer mantém-se igual a si própria. Nesta versão Exclusive dotada de uma infindável lista de elementos, o ambiente a bordo sai reforçado pela presença de um habitáculo de duas tonalidades, do sistema de navegação My Way, dos fantásticos bancos ultra-confortáveis que para além de serem eléctricos com memória permitem regular o encosto em duas posições, do volante original de centro fixo, do painel de instrumentos moderno e completo, de um tecto panorâmico em vidro de enormes dimensões (custa 795 euros) que reforça a luminosidade a bordo e ainda pela bagageira de 505 litros que conta com um portão eléctrico e a possibilidade de regular a altura de acesso através de um comando posicionado num dos lados.



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