A nova Mercedes-Benz E250 Cabriolet



Confira o E 250 Cabriolet da Mercedes-benz .


Imagine que este cabrio tinha a frente do Classe C. Está claro que não seria tão elegante... Assim se percebe que, apesar de usar a plataforma do Classe C, o substituto do CLK cabrio se chame Classe E cabrio. O resultado, nomeadamente a frente de quatro faróis, tem a vantagem de estabelecer uma dupla ligação visual: ao actual Classe E e ao CLK. Considerações à parte, a verdade é que, ao novo descapotável de quatro lugares da Mercedes-Benz, não falta nenhum apelo visual.

A grande novidade deste cabrio é o opcional Aircap, um spoiler que se ergue em seis centímetros no topo do aro do pára-brisas e que leva atrás de si uma pequena rede. É o condutor que o acciona, electricamente, e o seu objectivo é desviar os turbilhões do habitáculo, quando se rola descapotável. Para isso, conta com a ajuda de uma outra rede, entre os encostos dos bancos traseiros, que sobe em simultâneo e eleva também os encostos de cabeça para cima, minorando o retorno dos ditos turbilhões. 

Funciona até aos 160 Km/h mas o resultado prático é pouco sensível. Viajando nos bancos da frente ou nos traseiros, nota-se uma ligeira descida na turbulência, abaixo dos 100 Km/h, quando o Aircap está erguido, mas acompanhada por um ruído aerodinâmico que incomoda. A peça em si, não tem o ar robusto típico da marca alemã e, quanto ao prejuizo no estilo, basta dizer que decidimos não fazer nenhuma das principais fotografias deste Teste da Semana com o Aircap na posição de erguido. Fica melhor assim... 

O E Cabrio é um estrito 2+2 mas os dois lugares traseiros são estreitos e com pouco espaço para as pernas e os pés. Pior ainda, quando se baixa a capota, é melhor não estar ninguém sentado atrás, senão pode levar com um “encosto” do vidro traseiro na cabeça. Uma falha muito inesperada. 

Há um botão para descer, ou subir, todos os quatro vidros de uma vez, o que é prático e permite circular com a capota fechada e os vidros para baixo, quando o sol está demasiado forte. 

Melhor à frente
À frente, vai-se muito bem, com espaço mais do que suficiente, um ambiente de qualidade notável e uma posição de condução com amplitudes de regulação excepcionalmente amplas, do volante e do banco. A ergonomia dos comandos secundários nem é tema de conversa (à excepção da “clássica” haste solitária na coluna de direcção) mas seria bom haver mais espaços de arrumação. Assim, é o porta-copos duplo que faz as suas vezes. 

O accionamento da capota demora vinte segundos (é lento...) e pode ser feito a velocidades até 40 Km/h. Com 23,5 cm de espessura, isola muito bem do ruído e da temperatura mas rouba espaço à mala. A mala tem um acesso muito estreito e os bancos traseiros não se rebatem, mas a zona onde a capota se acomoda pode ser desbloqueada quando não está lá a inquilina, aumentando assim a capacidade de carga de 300 para 390 litros. 

Quando se dá à chave e se liga o motor, os ouvidos mais habituados aos omnipresentes motores Diesel vão estranhar o “silêncio” e a ausência de vibrações. A experiência de conduzir um descapotável com motor a gasolina começa logo aqui a mostrar as suas vantagens. Com 204 cv para puxar 1695 Kg, não seria de esperar performances fabulosas. O motor de 1796 cc, turbocomprimido, aposta tudo na suavidade e na linearidade mas as nossas medições mostraram que é capaz de valores de aceleração melhores do que parecem. A “culpa”, mais uma vez, vai para a tranquilidade com que tudo se passa. 

Mas poderia ser ainda melhor se, em vez de uma caixa de velocidades automática de cinco velocidades, este E250 CGI estivesse disponível com a mais eficiente unidade de sete relações que a marca tem noutros modelos. Assim, as relações ficam muito longas, penalizando as recuperações, as passagens de caixa não são muito rápidas e o kickdown mostrou hesitações. As patilhas da caixa no volante acabam por ser pouco usadas pois, com apenas cinco relações, não há muito por onde escolher... A melhor solução é deixar a caixa no modo “Sport” que a torna um pouco mais alerta que no modo “Comfort”, sem perder quase nada em suavidade. Claro que os consumos registados são a parte boa desta opção, com 13,6 l/100 Km em cidade e uma média ponderada de 11,16 l/100 Km. 

Para passear
O kit AMG da unidade ensaiada, que inclui os discos de travão perfurados na frente, claramente sobredimensionados, com as respectivas maxilas “assinadas”, e as jantes de 18 polegadas de desenho específico, além da suspensão desportiva, direcção assistida por parâmetros e um “pack” estético, continua a ser um bom negócio. Mas tudo isto, poderia fazer esperar deste E250 CGI um comportamento desportivo. Nada disso. A prioridade foi toda para a... tranquilidade.A dinâmica é rigorosa mas pouco envolvente. A subviragem aparece com maior frequência que a sobreviragem, mas em doses muito moderadas. A inclinação da carroçaria em curva é sensível, porque a suspensão está dimensionada para obter o máximo de conforto, deixando por isso as molas trabalhar num curso relativamente generoso, se bem que os amortecedores resolvam a maioria das situações à primeira. O ESP não se pode desligar totalmente mas, com o botão em “off” e a baixa velocidade, sobre pisos escorregadios, é possível gerar alguma sobreviragem, de que os condutores mais entusiastas pela tracção traseira vão gostar - só para “confirmar” quais são as rodas que empurram o carro. Quando a velocidade ou a rapidez de transferência de massas aumenta, o ESP actua mais cedo, por vezes quase que “prevendo” o que se poderia passar. 

No mau piso, os passageiros não são incomodados com oscilações ou vibrações da suspensão. E o condutor sente muito poucas vibrações inerentes a um descapotável de quatro lugares, onde há maior dificuldade em manter a rigidez. Só alguns pisos de empedrado o incomodam um pouco. 

A verdade é que o E250 CGI Cabrio, apela constantemente a ser usado com variações de velocidade moderadas, com gestos suaves, enfim, com a tal... tranquilidade. Com esta atitude, é fácil ficar fã em poucos dias e passar a desprezar quem anda de descapotável Diesel. E até tem um bom argumento para convencer o gestor de conta: o preço base é 4450 euros inferior ao do seu rival directo, o BMW 355i cabrio.


Veja fotos:













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